terça-feira, 20 de março de 2012

Orvalho


Dedilhei suas pétalas umidas,
lábios em riso fresco,
matutino.
Um cheiro de longevidade na pele,
um guardado de constelações nos olhos!

Dedilhei as palavras mudas
em melodias e afagos
o fascinar do trinado
que os beijos assoviam
em beijos de colibri!



KIRO MENEZES




segunda-feira, 19 de março de 2012

Ainda que...


Ainda que não note
a lágrima no canto do olho
o brilho marejado dos batimentos
os acanhamentos desnecessários...

Mesmo que desconheça
a dor que lava-me o peito
o sorriso que nasce involuntário
o estremecimento dos lábios...

Nem que haja outra aurora
num tempo nem tão distante
numa água nem tão profunda
ou comensuráveis infortúnios...

Ah! Meu amado,
o estarei ainda amando
deixando meu corpo de lado
tornando meu doce chamado
o nome que por si vai soprando...



KIRO MENEZES



quarta-feira, 7 de março de 2012

Inconsciente


Quero quando seus olhos verdes
esparramam-se
por sobre
meus pensamentos,

toda ao sabor, deixo-me
da brisa primaveril
que esse perfume
da tua aura
traduz a mim.

Guardo discretamente
cada dos modos os lábios teus
nas palavras que tu imprimes
- despudorado.

Desprega-as de si
lançando, impiedoso
significados
dormentes
à poeira
de minha estrada.

Não notas o desespero
nos batimentos
do meu coração?

Ah! não.
Sórdido e vão!
Pois
que importância atribuirias
ao desconsolo
do meu corpo
de não tê-lo
grudado a si,

pois então?

Quero quando seus olhos verdes 
se desapegam 
de ti sobre todos 
os meus sentidos!



KIRO MENEZES



quinta-feira, 1 de março de 2012

Das Plenitudes


Da plenitude que entendo
guardo sopro,
guardo vento.

Da plenitude que não entendo
guardo o gosto,
guardo o jeito.



KIRO MENEZES